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Fetag distribui leite para entidades de Não-Me-Toque

Fetag distribui leite para entidades de Não-Me-Toque
13/03/2015 noticias
Iniciativa serve para valorizar a produção leiteira do Estado

Três instituições beneficentes de Não-Me-Toque receberam, durante a manhã de sexta-feira (13), 800 litros de leite, doados pela Regional Sindical da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag) durante a 16 Expodireto Cotrijal. A entrega aconteceu no Pavilhão da Agricultura Familiar e beneficiou a APAE, a Associação Beneficente de Amparo ao Menor e o Lar do Idoso São Vicente de Paula. Segundo Volnei Schreiner, coordenador regional da Fetag, a doação é também uma forma de protesto dos produtores de leite, que vêm sofrendo com a desvalorização do produto. "É também uma forma de incentivar o consumo do leite, que teve uma redução em função da adulteração realizada em alguns pontos do Estado. Os produtores não tiveram culpa, mas são eles que estão pagando a conta. O prejuízo afetou toda a cadeia leiteira e derrubou os preços", afirmou. O leite foi embalado pela CCGL em Cruz Alta, que recebe parte do leite produzido na região. Ainda de acordo com Schreiner, o envase e doação do leite foi também uma maneira encontrada para evitar que o leite fosse descartado, o que aconteceu durante a paralisação dos caminhoneiros no início do mês. "Somos contra o descarte do leite, condenamos esta prática. Estas três entidades possuem um elevado consumo de leite e contam com um orçamento reduzido, o que nos levou a escolhê-las para receberem a doação", disse. Durante o ato de entrega do leite, a Fetag distribuiu panfletos contendo a pauta de reivindicações da categoria. Em pronunciamento, Schreiner também expôs um problema enfrentado pelos pequenos produtores que não vêm tendo sua produção recolhida pelos transportadores quando não atinge os 100 litros por dia. "A IN 62 não fala sobre a quantidade de leite, mas sim da qualidade. Tanto faz se a propriedade rende 100 ou 1000 litros por dia. Este processo de exclusão vai gerar um êxodo do produtor leiteiro e criar um problema social que os municípios terão de resolver", afirmou. Entidades beneficiadas atendem mais de 300 pessoas De acordo com Mircéia Kellermann, diretora da APAE de Não-Me-Toque, a iniciativa é muito bem-vinda, evitando a despesa de pelo menos um mês com o leite. "Ficamos felizes por nos oferecerem esta doação. Para nós veio a calhar, resulta em um mês de economia com o leite, uma vez que o consumo é de cerca de 80 litros por mês\", explicou. Desde o início deste ano, a APAE atende aos 55 alunos com necessidades especiais em turno integral, e segundo Mircéia, quando há a evolução intelectual do aluno, ele é encaminhado para a rede regular de ensino. Para a vice-presidente do Lar do Idoso São Vicente de Paula, Edith Ribeiro Prates, a doação também chega em boa hora, considerando o elevado consumo de leite, base de parte das refeições servidas aos internos. "Nós sempre precisamos de ajuda da população. Para nós isto é maravilhoso. Representa uma economia muito grande. Nos mantemos através das doações da população e um auxílio da Prefeitura. Se alguém mais quiser contribuir estamos sempre abertos a receber doações", avaliou. O Lar do Idoso consome uma média de 350 litros de leite por mês. A outra beneficiada é a Associação Beneficente de Amparo ao Menor (ASBAM), que atende 214 crianças com idades entre 4 meses e 14 anos. A instituição atua em Não-Me-Toque há 35 anos, sempre atendendo as crianças que não tenham outros cuidados em função da necessidade dos pais em trabalhar. Conforme Vera Meira, presidente da ASBAM, outra característica comum entre os atendidos pela entidade é o fato de a grande maioria pertencer a famílias com renda média mais baixa. "Temos uma dificuldade muito grande, como instituição filantrópica sobrevivemos basicamente do auxílio da comunidade e com algum recurso do Município. Só podemos dizer que esta doação nos dará uma sustentabilidade por algum tempo, já que gastamos em torno de 100 litros de leite por semana. Nos deixa tranquilos. Acredito que esta é a melhor forma de protesto, esta atitude de forma pacífica e solidária deve servir de exemplo para outros setores que tiveram prejuízos por esse ou por aquele motivo. É uma forma bonita de mostrar a indignação e ainda consegue ajudar ao próximo em necessidade", avaliou.


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